O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou na
noite de ontem (30) uma ação de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal
Federal (STF) para suspender os efeitos da lei, aprovada na Assembleia
Legislativa do Paraná, que transforma a Copel em corporação através da venda de
ações.
Tivemos acesso à ação, assinada por oito advogados,
sendo dois do Paraná e os demais dia Distrito Federal. Por conta do recesso
judiciário, a ação do PT deve ser apreciada pela ministra Rosa Weber,
presidente da Suprema Corte.
Na ADI, o PT sustenta “vício de iniciativa” uma vez que viola o devido
processo legislativo ao suprimi “o debate parlamentar durante a aprovação do
projeto de lei”. Em outro trecho reafirmar que “o poder Executivo acaba por
tolher o debate parlamentar, requisito esse intrínseco para a aprovação de
uma nova Lei. Ferindo assim o princípio da discussão, característica que
informa o nascedouro da própria instituição parlamentar”.
Participação da União —
Cita ainda que a lei aprovada pelos deputados estaduais viola o pacto
federativo, “visto a tentativa de interferência, por parte do Estado Paraná,
em direito de propriedade da União, por meio da vedação de que acionista ou
grupo de acionistas exerça votos em número superior a dez por cento da
quantidade de ações em que se dividir o capital votante da Companhia
Paranaense de Energia – COPEL, enquanto o BNDESPar possui aproximadamente 24%
do capital social da COPEL”, diz uma trecho da ação. “Não pode o estado do
Paraná legislar e interferir no direito de propriedade e nos direitos
políticos da União (por meio do BNDESPar) na tentativa de desestatizar a
COPEL”.
Os advogados argumentam ainda uma suposta ausência de demonstrativo de
impacto financeiro a respeito da privatização, o que seria uma falha no
processo de privatização da COPEL. Ao fim, o PT pede ao STF para “suspender a
eficácia da Lei estadual até o julgamento final da presente ação” e
justifica o pedido de liminar uma vez que estão sendo despendidos recursos
financeiros para o estudo e execução do processo de transformação da estatal em
corporação.
Periculum in mora — Além do
que, pontua o PT, “já foi demarcada data para realização de Assembleia
Geral de Acionistas, designada para o próximo dia 10 de julho de 2023, na qual
se promoverá as alterações estatutárias na empresa”.
“As decisões do caso da Copel, assim como o caso Eletrobras, ambos em
analise no STF, serão paradigmas para futuras ações relativas ao tema. A Cemig
e a Sabesp também estão nas metas dos privatizantes. Buscamos a defesa do
patrimônio publico gerido com transparência e atendendo sua função social”,
disse o advogado paranaense Daniel Godoy, um dos autores da ação.
Alep — O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, reconheceu o direito do PT de questionar na Justiça o processo de transformação da Copel numa corporação, mas rechaçou o argumento da falta de debate. “A mensagem do Poder Executivo chegou na Assembleia e por 15 dias os senhores deputados puderam analisar a proposta. O debate é automático.
A Assembleia vai
se manifestar favoravelmente a vontade manifestada pelos senhores parlamentares
no plenário, que foi de aprovar o referido projeto”, disse Traiano.
PT entra com ação no STF para impedir Copel de virar corporação (blogpoliticamente.com.br)
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